Muamar Kadafi e rebeldes na Líbia: fim de um déspota, assassino e ladrão das riquezas de seu próprio povo
Talvez ainda seja cedo para uma comemoração plena: o ditador Muamar Kadafi está desaparecido e tropas leais a ele ainda bombardeiam forças rebeldes e civis na Líbia.
Além do mais, está claro que não há anjos envolvidos nessa guerra, e que a corrida pelo rico petróleo da Líbia está em pleno desenvolvimento.
Mas, com a tomada de seu bunker de Bab al-Aziziya, nas cercanias de Trípoli, por forças rebeldes do movimento iniciado a 15 de fevereiro com protestos contra a prisão de um dissidente, parece certo que acaba uma das mais sanguinárias e corruptas ditaduras do mundo, a do coronel Kadafi, que durante 42 longos anos reinou sobre a Líbia.
Viva, portanto, a OTAN, a aliança militar ocidental, cujos aviões de guerra martelaram o ditador e seus sequazes desde o final de março, sob uma chuva de críticas de setores “progressistas” de vários países.
(Como escreve o Caio Blinder, “é uma experiência intelectual extenuante ver que ainda existe gente que se diz de esquerda ou favorável a movimentos de libertação nacional vender (ou comprar) esta narrativa que os Kadafis e Assads estejam lutando contra o imperialismo e esta pataquada toda”.)
Viva o presidente francês Nicolas Sarkozy, o primeiro a atacar Kadafi, sob o guarda-chuva da OTAN, para defender a população líbia do massacre que sofria.
Viva o primeiro-ministro britânico David Cameron, que acompanhou Sarkozy nas ações militares contra o carniceiro de Trípoli.
Viva o presidente americano Barack Obama, que forneceu à OTAN um enorme suporte logístico e militar.
Vivam os três e os demais líderes de países da OTAN que enfrentaram a patrulha ideológica contra a intervenção e o vaticínio de “especialistas” de todo gênero segundo os quais os bombardeios por ar e mar não seriam suficientes para empurrar o caudilho para fora do poder.
A menos que ocorra um milagre em seu favor, a Líbia e o mundo estão quase livres de um tirano desprezível que apoiou o terrorismo, um ladrão que acumulou uma fortuna imensa e enriqueceu toda a família às custas do patrimônio do povo líbio, um carniceiro que prendeu, torturou e matou adversários políticos e pretendeu, com os filhos, perpetuar essa dinastia do horror.
É algo para se comemorar.